Bem-vindos a uma viagem mágica pelos meandros da língua portuguesa!
Peguem os seus passaportes linguísticos e ajustem os seus ouvidos para captar os filhos exuberantes de um idioma que tem uma história mais intrigante do que uma novela de mistério. Preparados?
Vamos lá!
Era uma vez, numa terra não muito distante, onde as oliveiras balançavam ao ritmo das ondas do Atlântico, no tempo dos romanos de toga, quando eles decidiram dar um pulinho na Península Ibérica para fazer uns churrasquinhos e trocar umas palavrinhas.
Aí o latim, que era a língua “cool” da época, foi plantado na Península Ibérica. Sim, aquele mesmo latim todo pomposo das inscrições em pedra e dos discursos grandiosos.
Ele resolveu relaxar e curtir uma praia ensolarada. E, “do nada”, surgiu o latim vulgar, não no sentido pejorativo, mas no sentido de “vulgarzinho mesmo“, que é o jeitinho que o povão falava.
Daí pra frente foi uma farra linguística: Primeiro, foram os visigodos, um povo que tinha um jeito diferente de conjugar verbos e pronunciar palavras. Eles emprestaram umas palavrinhas e, depois, foram-se embora.
Depois, os mouros invadiram, com seu toque exótico e palavras de sabores exuberantes. Não dá para negar que os sotaques e as palavras ficaram meio “turbinados” com essa mistura.
Mais à frente, os cristãos conquistaram, com mais um toque de árabe aqui, um quê de galego ali, e pimba! Lá ficou cozinhada a base do caldeirão linguístico lusitano.
Os séculos rolaram e, num piscar de olhos (ou uns mil anos depois), chegamos à formação do português moderno, que é como o latim vulgar foi batizado após uma reforma digna de um reality show. Apareceram até universidades e uma saraivada de poesia e prosa que, imagine só, já não precisava ser traduzida para o inglês.
Mas e os sotaques, meu amigo? Ah, esses são a cereja no topo do pastel de nata!
Temos o sotaque lisboeta, que é tipo o “RP” do português, todo certinho e educado. Dizem que é ali que as consoantes “perdidas” se refugiam.
Do norte ao sul, do Minho ao Algarve, os sotaques se espalham como barcos em grupo de WhatsApp.
O nortenho é um show à parte, com suas consoantes mais fortes que berram “não estou aqui para brincadeira”.
Já o sotaque alentejano é aquele amigo mais tranquilo que leva a vida numa boa, com vogais alongadas e uma cadência de “deixa a vida me levar”.
E as ilhas, ah, as ilhas! Na Madeira, o sotaque é quase uma canção, cheia de altos e baixos, como uma montanha-russa da fala.
Em Porto Santo, o irmão mais próximo do português padrão dá o ar da graça, como aquele amigo que tenta disfarçar o riso na piada mais sem noção.
Enfim, a língua portuguesa é como um caldo cultural fervilhante, com toques de história, encontros e desencontros. Os sotaques são uma pitada de tempero que dá aquele sabor especial à nossa conversa de todos os dias.
E assim, entre risadas e “r”s rolados, seguimos contando as nossas histórias, provando que a língua é um verdadeiro carrossel de palavras divertidas. E mesmo que cada região tenha suas deambulações na língua, todos eles têm uma coisa em comum: a paixão pela língua portuguesa.
Então, quando você estiver em um local diferente, preste atenção nos sons das palavras. Você pode não entender tudo à primeira, mas o importante é entrar nesse turbilhão de sotaques e deixar que a língua portuguesa te envolva como uma manta quentinha num dia frio. E assim, entre sons e palavras, você estará ligado a uma história que atravessou séculos e oceanos para nos fazer sorrir, refletir e até mesmo rir de alguns “trocadilhos” linguísticos.
Opinião de António Cunha
A RNLP Rádio Nova da Língua Portuguesa é feita por lusófonos de várias origens.
Somos 280 milhões e a quinta língua mais falada no mundo
SOMOS GIGANTES: na diversidade; nos ritmos; nas histórias; nas opiniões; nos sotaques
Somos Uma Imensa Teia de Sotaques, Timbres, Crioulos, Dialetos e Regionalismos
E que venham novas histórias, novos sorrisos e novos sotaques
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