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Viajar está no nosso DNA/ADN

A arte de viajar é intrínseca à nossa condição humana, um impulso que flui nas nossas veias e faz parte do nosso DNA.

Inicialmente, a necessidade pode ter sido o catalisador para aventuras além dos limites conhecidos, mas rapidamente a contemplação do desconhecido entrou em cena. À medida que a experiência se transformava em sabedoria, o compartilhamento se tornou a essência da jornada, e o desejo de explorar passou a ecoar entre os mais próximos.

A escrita, então, emergiu como uma ponte universal e intemporal, conectando mentes através dos séculos. Homero nos brindou com “A Odisseia“, Marco Polo imortalizou suas experiências em “O Livro das Maravilhas“, e Camões entrelaçou suas viagens nas páginas de “Os Lusíadas“. Todos esses mestres da palavra partilharam o conhecimento adquirido nas suas viagens, seja através das narrativas orais que ecoavam pelos corredores do tempo, seja pelas vivências dos seus autores.

Quem não se encantou com as proezas de Ulisses, o herói da Guerra de Troia, ou não se deixou levar pelas viagens épicas de Marco Polo rumo à Ásia? Quem não sonhou em encontrar, como descrito por Camões, uma ilha paradisíaca repleta de prazeres divinos em "A Ilha dos Amores"?

A Lusofonia, com a sua rica herança cultural e linguística, também abriga outros “escritores maiores” que se tornaram pilares fundamentais na construção do nosso desejo coletivo de viajar. As palavras desses mestres ecoam como um convite à descoberta, um apelo para se explorar o mundo além das fronteiras familiares.

Nas próximas linhas observamos alguns dos escritores notáveis e uma breve sinopse de suas obras relacionadas com “Viagens”:

Fernando Pessoa (Portugal)
Obra Destacada: “Livro do Desassossego
Sinopse: Embora não seja estritamente uma obra de viagens, o “Livro do Desassossego” reflete as viagens interiores do autor. Pessoa, poeta e pensador, explora a jornada da mente humana e a busca por um significado, criando um mosaico literário que transcende as fronteiras mentais.

Mia Couto (Moçambique)
Obra Destacada: “Terra Sonâmbula
Sinopse: Neste romance, Mia Couto transporta os leitores para a “guerra civil em Moçambique”. As personagens enfrentam uma jornada física e emocional enquanto buscam refúgio, explorando temas de identidade e pertencimento numa uma terra devastada pela violência.

José Saramago (Portugal)
Obra Destacada: “Viagem do Elefante
Sinopse: Nesta obra peculiar, Saramago narra a jornada real de um elefante asiático oferecido a D. João III de Portugal, que embarca numa longa viagem pela Europa. Uma sátira brilhante que revela não apenas a odisseia do elefante, mas também as complexidades da condição humana.

Paulo Coelho (Brasil)
Obra Destacada: “O Diário de um Mago
Sinopse: Inspirado pela sua própria peregrinação pelo Caminho de Santiago (Santiago de Compostela, Galiza, Espanha), Coelho narra as suas experiências e reflexões neste diário de viagem. Uma obra que transcende a narrativa pessoal, mergulhando nas questões espirituais e na busca por significado.

Lídia Jorge (Portugal)
Obra Destacada: “O Vento Assobiando nas Gruas
Sinopse: Este romance transporta os leitores para as ex-colônias portuguesas durante o período revolucionário. A narrativa entrelaça histórias de diferentes personagens, explorando o impacto das mudanças políticas e sociais nas suas vidas.

Rubem Alves (Brasil)
Obra Destacada: “O Retorno e Terno
Sinopse: Neste livro, Rubem Alves aborda a experiência da viagem de retorno à sua terra natal, revisitando lugares e memórias. Com uma prosa reflexiva, ele explora as complexidades das conexões emocionais com o passado e as raízes culturais.

Assim, cada página escrita por esses visionários tornou-se um mapa, guiando-nos por terras desconhecidas e despertando o espírito aventureiro que reside em cada um de nós. A jornada, moldada pela caneta e pela mente criativa, transcende o tempo e as fronteiras, criando uma sinfonia harmoniosa de histórias entrelaçadas que nos inspiram a continuar a explorar, a continuar a sonhar. Em cada palavra, em cada linha, está a promessa de novos horizontes e a celebração da eterna busca pelo desconhecido.

Viajar é mais do que um ato físico; é uma manifestação do nosso instinto mais profundo, uma dança entre o passado, o presente e o futuro, escrita com a tinta da curiosidade e da coragem.

António Cunha

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